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Foto do escritorMateus Barreto

Série: Saneamento básico - parte 4/5

Esgotamento sanitário: um dos produtos do seu cotidiano

Um córrego passando ao lado de um barraco de madeirite em uma favela sem saneamento básico

Hoje falaremos de mais um dos eixos do saneamento básico: o esgotamento sanitário. Em um município, o esgoto tem diferentes origens, como as residências, comércios e indústrias. É importante que exista o tratamento desse tipo de “água”, chamada de “água residuária”, para que, ao serem dispostas em cursos hídricos (rios, por exemplo), não gerem malefícios ao meio ambiente.


O tratamento dos efluentes é composto de diversas etapas e varia de acordo com o sistema adotado. O curioso é que esse processo se inicia nas nossas casas, na famosa caixa de gordura. Ela tem como objetivo reter materiais que não devem chegar à rede coletora de esgoto, nas ruas. Dessa forma, é fundamental a limpeza periódica dessas unidades.

Existem alguns outros cuidados que podem auxiliar (e muito) para que o tratamento de efluentes possa ocorrer com melhor qualidade. Nos banheiros, atentar-se para não jogar papel higiênico, absorventes, preservativos e demais resíduos no vaso sanitário é um exemplo. Além disso, após o banho é indicado recolher os cabelos que normalmente são barrados no ralo; na cozinha, os resíduos sólidos não devem ser jogados na pia, visto que isso gera alterações na composição do efluente. Assim, faça a segregação desse material em reciclável e não reciclável. É uma simples ação, mas com um enorme impacto! É também importante salientar que os óleos usados na cozinha devem ser armazenados e entregues em pontos de coleta específicos desse tipo de material. Muitas ONGs recolhem, para fazer sabão, por exemplo.


Um fato que muitos desconhecem é que a água da chuva, chamada de água pluvial, não é esgoto! Sendo assim, elas devem ter um sistema próprio de drenagem que chegue às redes de drenagem pluvial, para que retornem aos cursos hídricos. Inclusive, esse é um dos eixos do saneamento básico e vamos falar sobre no próximo artigo.



Uma imagem aérea de uma E.T.E. - Estação de tratamento de efluentes. A estação na foto é da unidade de Alegria, no Rio de Janeiro. A imagem é formada por duas fileiras de reservatórios redondos gigantes, com 4 reservatórios cada fileira, ao lado de uma estrutura de concreto com "piscinões" quadrados onde a água de esgoto é tratada

Ao sair das nossas casas, comércios e indústrias, o esgoto é levado às estações de tratamento de efluentes (ETE), onde ocorrerão vários processos físicos e químicos que culminarão em dois tipos de produtos: o lodo e a água residuária pós tratamento.

O lodo gerado em uma ETE tem alta concentração de matéria orgânica e nutrientes, o que leva à possibilidade de incorporação, por exemplo, na agricultura. Além disso, a água residuária tratada apresenta qualidade muito superior à fase anterior ao tratamento e, atendendo aos padrões legais, pode ser destinada para cursos hídricos, sem que ocorra prejuízo desses ambientes. Há, também, outras destinações possíveis para ela, como a irrigação de determinadas culturas agrícolas.


Percebeu como a descarga ou o ralo da nossa pia são apenas o início de um longo trajeto que os efluentes passam? Pois é! E não se esqueça que somos responsáveis por muitas ações nesse processo. Dentre elas está a cobrança que devemos fazer às prefeituras e prestadoras de serviço de água e esgoto para que exista um tratamento eficiente dos efluentes gerados.

Ainda falta falarmos sobre a drenagem de águas pluviais, que é tema do próximo artigo. Já abordamos sobre o abastecimento de água potável e também a respeito dos resíduos sólidos e limpeza urbana. Confira nossos conteúdos e, em caso de dúvida, entre em contato!

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