Abastecimento de água: a sede pelo potável
No último artigo falamos sobre o saneamento básico, a Lei Brasileira que aborda essa temática, a importância da participação social e os quatro pilares que integram esse conjunto de serviços, infraestruturas e instalações operacionais. Um deles era o abastecimento de água potável, se lembra? Vamos compreender melhor como esse processo ocorre e qual a sua importância.
Para iniciarmos nosso entendimento, vamos contextualizar a questão do acesso à água potável. É sabido que o ser humano é constituído principalmente de água, o que reitera a necessidade do seu consumo direto. Além disso, varias outras atividades humanas dependem diretamente da água, como o preparo de alimentos e a higiene pessoal. Para ambos os casos é de extrema importância que a água envolvida no processo seja própria para o uso, ou seja, potável.
E como podemos fazer com que uma água que está imprópria para o consumo se enquadre nos requisitos legais e seja considerada potável?
É justamente aí que entra o tratamento de água. Quanto aos padrões de potabilidade, eles são abordados na Portaria N° 2.914, de 12 de Dezembro de 2011, do Ministério da Saúde. Nela são consideradas variáveis físicas, químicas e microbiológicas.
O tratamento se inicia com a captação em determinado curso hídrico, normalmente rios. Há sucção desse recurso e transporte até uma estação de tratamento de água (ETA), onde a água bruta passa por uma série de processos físicos e químicos para que ocorra a remoção de substâncias e formas de vida que podem ser nocivas à saúde, além de alcançar características organolépticas mais aceitáveis pela população, como a remoção de cor, tubidez e odor.
Você pode estar se perguntando quais são as etapas do tratamento, então vamos abordá-las! Normalmente, ao chegar a uma ETA, a água captada recebe a adição de produtos químicos que proporcionam uma correção de pH, para favorecer a ocorrência das próximas etapas, coagulantes e também ocorre uma pré-cloração, que visa a oxidação de ferro e manganês, além da toxinas provenientes de algas. Na sequência ocorre o processo de coagulação e floculação, no qual a água fica em movimento, com variações de velocidade. À medida que a velocidade diminui, ocorre a formação de flocos de substâncias que serão removidas na próxima etapa: a decantação. Em função da diferença de densidade os flocos formados se depositam ao fundo do decantador, o que proporciona a separação entre esse material e a água.
Em seguida ocorre a filtração por diferentes meios filtrantes, desinfecção (para eliminar os microrganismos patogênicos), adição de flúor (para diminuir os casos de cárie na população), quando necessário o pH é corrigido e a água tratada é encaminhada para um reservatório.
A distribuição ocorre a partir dos reservatórios. É importante salientar que a água tratada normalmente apresenta uma quantidade de cloro suficiente para inativar as possíveis formas de vida causadoras de doenças, que podem estar presentes nas tubulações de distribuição, até chegar às casas.
Até então compreendemos a necessidade do uso da água, onde constam os padrões legais de potabilidade e como ocorre o tratamento para que ela seja considerada própria ao consumo humano, o que facilita nossa compreensão de como ela é parte integrante do saneamento básico, afinal se a água distribuída não tivesse uma garantia de salubridade, a população estraria sujeita a uma série de riscos, como a proliferação de doenças e a contaminação por substâncias tóxicas.
Ainda falta falarmos sobre o esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e, drenagem e manejo das águas pluviais urbanas. Continue acompanhando nossas publicações e qualquer dúvida entre em contato! Até a próxima!
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