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Cento e quatro por cento (104%)

Atualizado: 10 de jul. de 2022


Esse texto poderia falar sobre qualquer percentual, mas é sobre cento e quatro por cento, que vamos falar hoje.


A benV é uma evolução da Bem Vender, que era uma consultoria comercial e, portanto, estava muito habituada a trabalhar com metas, metas comerciais. Já as metas da benV geralmente são metas de prazo e qualidade. Na benV os projetos têm prazos e métricas de qualidade para cumprir, o que é estressante por ser uma grande responsabilidade, mas que não tira o sono, porque o diferencial da benV é pensar em cada detalhe antes de começar a executar os processos então até aqui, praticamente tudo saiu como planejado e a direção de projetos consegue dormir antes das 22:00 sem sofrimento [risos].


Atualmente a benV passa por um momento especial da sua história, somos a empresa organizadora do 1º Prêmio de Incentivo ao Empreendedorismo Científico e não é apenas o primeiro prêmio educacional e científico que a benV coordena, é também o maior projeto da história da benV em orçamento, em alcance e em importância social. Dentro desse projeto não há vendas, mas há metas rígidas de execução de orçamento, alcance da campanha e o mais importante, a meta de inscrições de projetos. Afinal, embora seja a primeira edição, a coisa mais importante para um prêmio é ter projetos concorrendo a esse prêmio.


O caminho para a meta:

Em setembro um dos nossos clientes demonstrou interesse em realizar ações sociais que eram habituais para ele antigamente, mas que devido a escassez de tempo têm se tornado cada vez mais raras. Na equipe que trabalhava no projeto dele, foi sugerido uma espécie de prêmio científico e o cliente sorriu.


- Quem tem aquele traquejo de vendedor sabe que quando o cliente sorri é a hora de ligar a fábrica de sonhos.


Desenhamos o projeto e aceitamos o desafio de lançar o projeto ainda em 2020. Ignoramos o prazo apertado, ignoramos o prazo de resposta de eventuais patrocinadores e ignoramos que aquele seria nosso primeiro prêmio científico.

Em coisa de 15 dias, em um ritmo de trabalho insano, nós fizemos:

  • Estudo de marca e nomeação do prêmio;

  • Estudo de mercado para conhecer outros prêmios existentes;

  • Desenvolvemos as categorias, as regras, fórmula do cálculo de notas e critérios notados;

  • Escrevemos o edital do zero;

  • Desenvolvemos o planejamento de comunicação.

Tudo isso em 15 dias, um prazo muito apertado para um projeto com tantas particularidades e tão específico, dependente de um ambiente escolar pulsante e funcional, algo praticamente inexistente no Brasil em 2020. Mesmo assim o prêmio foi lançado.

Na equipe estávamos apreensivos, pois diferente de um projeto de vendas, onde horas de pois de lançar uma campanha você começa a ter retornos para ajustes, nesse caso o processo é muito mais longo. Não era simplesmente impactar e mostrar algo que o cliente precisa, era apresentar um prêmio novo, para estudantes jovens e professores, fazê-los encontrar, baixar e ler o edital. Depois precisavam organizar informações coletadas com os colegas de projeto e fazer uma inscrição de quase uma hora. Para piorar nossa situação, do valor que solicitamos como verba de comunicação, só conseguimos ser atendidos em 70% do valor o que revisava nossas projeções para baixo, proporcionalmente a esses 70% de verba conseguida. Nosso cliente, bastante compreensivo já especulava aceitar 50% dos objetivos, já que detectamos que muitas escolas sequer tiveram meios para dar aulas. E isso foi o que nos trouxe um grande aprendizado social sobre o Brasil. Um bônus escondido no projeto.

Não desistimos. Em 70 dias de campanha o site sofreu mais de 20 mudanças de exposição de informações; as campanhas de “ads” (SEM) sofreram mais de 6 mil alterações, foram testadas mais de 50 chamadas de campanhas diferentes, mais de 1500 e-mails foram recebidos, respondidos e enviados, falamos diretamente com representantes de mais de 500 instituições de ensino.

O evento conseguiu um patrocinador de cota ouro, mais um de cota prata, fora a doação pessoal do idealizador do projeto. e outros 5 apoiadores institucionais. Foram mais de 50 parceiros de divulgação, 2 milhões de pessoas impactadas, 4 mil interações com o site, mais de 500 downloads de editais e mais de 100 projetos científicos inscritos, uma vitória já que uma das nossas referências (benchmarks) de uma associação científica, identificou apenas 18 projetos inscritos em 2019, ano que não tinha as limitações sanitárias de 2020, em um prêmio realizado por uma instituição com recursos, equipe, mailing e acesso a meios institucionais que nós não tínhamos.


As dificuldades e os aprendizados:

Ninguém da equipe imaginou que seria tão difícil buscar apoiadores. As cotas de apoio iam de R$ 12.5 mil a R$ 70 mil. Valores considerados bem baixos para empresas de médio e grande porte, o valor de um mês de salário de um regional, ou um executivo. Porém, eu pessoalmente percebi uma dificuldade grande de muitos profissionais de marketing das empresas, em entender que nem tudo é espaço de mídia. Existem tipos de investimento feitos em construção institucional de marcas, que além do valor intrínseco presente no apoio a projetos educacionais e científicos, ajudam a construir a persona da marca a criar intimidade com certos nichos de mercado. Além de vantagens, como poder contar no relatório de sustentabilidade que a empresa está preocupada com a reputação da marca e que há ali uma vontade genuína de investir em causas sensíveis como educação e sustentabilidade. Infelizmente as negociações giram muito em torno de alcance, por profissionais que tratam a comunicação institucional como commodities. “Quantos likes? Quantos seguidores? Quantos milhões?”. Isso é algo que só deve mudar com uma grande evolução na cultura empresarial brasileira, já que na Europa, o apoio a iniciativas desse tipo já é algo comum nas grandes empresas, principalmente por aquelas que almejam ser ou permanecer enquadrada no conceito de Environmental, Social and Corporate Governance (ESG), ou em tradução livre ser uma empresa com Governança Ambiental, Social e Corporativa.


Apesar das dificuldades os aprendizados foram bem maiores. Foram 210 horas de investimento capital intelectual, ou seja, 210 horas de leitura, pesquisa, busca de referências e análise de dados para tomadas de decisão. Assistimos mais de 25% dos acessos do site, conversamos com organizadores de outros eventos do tipo. Foi também o nosso primeiro projeto cuja comunicação era direcionada à comunidade escolar, uma habilidade (know-how) que abre muitas portas.

Temos as dores de administrar projetos de uma forma tão artesanal e personalizada como gostamos de fazer, porém, colhemos os frutos, como a enorme curva de aprendizado que se tem quando se trabalha com soluções personalizadas e aplicadas para fins muito específicos. No fim o resultado foi:

Os 70% de budget, viraram 104% de resultado e a benV como a empresa acaba de conquistar um gigantesco capital intelectual que poderá ser aplicado em muitos outros projetos.


Obs.: Terminamos apenas uma etapa, que é a etapa mais crítica, o evento de premiação deve ocorrer em junho de 2021; voltaremos com novidades!


Projeto: 1º Prêmio de Incentivo ao Empreendedorismo Científico (1º PIEC q #PIEC2020)

Coordenação e direção criativa: Antônio Pedro

Design: Sidnei Barros

Articulação escolar: Larissa Queiroz

Imprensa: Silvana Inácio


Patrocinadores:

Ambipar Environment

Gabriel Estevam Domingos


Apoiadores:

Fecomércio

Greentech

Instituto Sua Ciência

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