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COVID-19: Relatório de atualização 22/04

ATENÇÃO:

O relatório a seguir não foi encomendado por nenhum cliente, portanto, é um relatório compacto de cenários gerais causados pela pandemia da COVID-19.

Todos os dados que dizem respeito a características infectológicas e epidemiológicas da doença são baseados unicamente em estudos científicos e dados médicos disponibilizados por institutos confiáveis e amplamente reconhecidos pela comunidade científica.

Já o relatório de mercado e as projeções de cenários futuros são cálculos e estimativas feitos com base em dados e informações já existentes até o momento.


Nenhuma informação contida nesse texto pode se sobrepor as indicações dadas pelas autoridades médicas do país. Apesar de todo nosso cuidado com os fatos, em caso de conflito de informações, sugerimos seguir o que for indicado oficialmente pelas autoridades médicas.


No relatório inicial fizemos algumas estimativas com dados escassos. Agora, após acompanhar quase um mês de evolução da doença no país, essa atualização traz a revisão das estimativas e comentários sobre os novos acontecimentos e ações de resgate propostos pelo Governo.


REVISÃO DE IMPACTO:


Mercado de Trabalho:

No relatório anterior a estimativa foi uma de desemprego de 25 a 50% nos 6 meses seguintes. Mantemos essa projeção mesmo com a edição da MP 936/2020.

A medida provisória ajudará na manutenção de muitos empregos, mas ainda assim, muitas empresas terão suas atividades tão comprometidas pela crise, que nem a MP deve ser capaz de conter o desemprego em massa.

Os EUA vivem a fase aguda da crise, e em apenas um mês o número de solicitações de auxílio desemprego chegou a 20 milhões. O auxílio desemprego de lá tem suas regras estaduais, mas se assemelha ao seguro desemprego do Brasil. Isso nos dá uma dimensão mais clara do problema e reforça a previsão feita anteriormente.


Renda Média:

Seguimos com a mesma projeção de queda de 50% da renda média do cidadão brasileiro. Ainda que tenha sido aprovado o auxílio emergencial de R$ 600,00, esse valor não será suficiente para repor as perdas dos trabalhadores autônomos, MEIs, Informais etc. Ajuda, mas não será suficiente.

Já as empresas que enfrentam queda e até perda total do faturamento, continuarão tendo problemas por mais algum tempo. Isso porque a resposta dada está sendo lenta e modesta. A taxa de juros deveria ser nula ou negativa (menor que a inflação), mas ainda assim não é ruim, o problema é o alcance e o volume de crédito ofertado, apenas R$ 55 bilhões. Volume insuficiente para as dimensões da economia brasileira.

Da forma como está posta, a situação da renda não deve melhorar tão cedo.


PIB:

A China teve uma queda de 6,8% no PIB do primeiro trimestre de 2020, comparado com o mesmo período de 2019. Essa queda é um reflexo claro do período de isolamento social severo (lockdown) que o país viveu por mais de 60 dias.

Como no Brasil o comércio começou a ser afetado, apenas, na 2ª quinzena de março, estimamos que o PIB tenha um recuo de 1% no 1º trimestre, talvez nem isso, mas mantemos a estimativa de queda do PIB em até 10% em 2020.

O motivo principal para esse estimativa, é o baixo volume de "dinheiro novo" anunciado para socorro da economia, e a baixa efetividade nas ações de resposta a crise.

Nas estratégias de resposta a crise compreendida pela benV 360, não há espaço para medidas de pouca efetividade. Ou o país para completamente e faz a curva de contágio diminuir como fez a China, ou vamos assistir uma catástrofe tão grande quanto a dos EUA e do Equador, onde centenas de corpos de pessoas que não conseguiram vaga hospitalar, são recolhidos diariamente dentro de casas.

O PIB vai cair e a economia sofrerá um duro golpe, não há nada que possa mudar essa realidade, mas a estratégia de resposta a crise é o que vai determinar o tamanho do tombo. As estratégia adotadas até agora são inadequadas e nos leva para os piores cenários possíveis.


A Bolsa:

Depois de 6 Circuit Breakers em apenas um mês, o índice Bovespa se acalmou e expressou uma leve recuperação voltando a marcar quase 80 mil pontos - pouco se comparado aos 119 mil pontos de janeiro, mas uma boa recuperação em relação aos 63 mil pontos que chegou a marcar na pior baixa de março.

Isso pode ser interpretado de duas maneiras: 1) Como um otimismo da bolsa em relação as medidas de enfrentamento da Covid-19 no Brasil, ou 2) Sinais de um mercado não tão ingênuo que está especulando para recuperar parte das perdas de março, e nesse caso, realizar seus lucros antes do auge da crise aqui no Brasil.

A bolsa brasileira já é a que mais acumula perdas desde o início da crise, e não seria uma surpresa tão grande se no auge da crise o iBovespa recuasse a casa dos 50 mil pontos. Com a produtividade estagnada, entendemos que os movimentos atuais são mais especulativos do que reais.


Tempo de Quarentena:

No primeiro relatório que divulgamos em 26 de março, chamamos atenção para a solução encontrada na China para combater a proliferação do vírus, que foi um isolamento horizontal de mais de 60 dias em cidades onde havia grande concentração de casos da Covid-19 e a testagem em massa da população. Além disso, o lockdown se estendeu por todo o país asiático que impediu a circulação de pessoas em férias, por exemplo.


Nossa percepção a respeito do isolamento social não mudou. O estudo canadense liderado pela epidemiologista Ashleigh Tuite que divulgamos no primeiro relatório acaba de ser corroborado por um estudo da Harvard T.H. Chan School of Public Health´s divulgado no dia 14 de abril na publicação cientifica Science onde os pesquisadores reafirmam que surtos da COVID-19 devem se prolongar até pelo menos 2022, e que períodos de quarentena prolongados e intermitentes devem ser necessários até lá toda vez que houver sobrecarga no sistema de saúde dos países.


Baseado na reafirmação desse cálculo de projeção, a benV 360 continua a compreender que a melhor prática possível para o combate a pandemia nesse momento é o isolamento social rígido, algo que não foi adotado até agora no Brasil.

O isolamento rígido se faz necessário por uma questão muito simples. O Vírus pode ser transmitido pelo simples ato de respirar em um mesmo ambiente e até os aparelhos de ar condicionado podem contribuir para a disseminação do vírus segundo aponta o estudo do Centro de Controle e Prevenção de Doenças de Guangzhou, com prévia publicada no site do periódico "Emerging Infeccious Diseases". Nessa publicação os cientistas estudaram uma contaminação que ocorreu em um restaurante da província Chinesa, e ficou evidenciado que o fluxo de ventilação do ar condicionado foi responsável por espalhar o vírus no ar e contaminar outras pessoas que estavam no mesmo ambiente.


Alguns outros estudos corroboram a necessidade do isolamento. São eles, o estudo liderado pelo pesquisador Bert Blocken publicado em parceria entre a Universidade Católica Belga com a Universidade de Tecnologia de Eindhoven na Holanda e um estudo Finlandês.

No primeiro estudo, os pesquisadores holandeses e belgas apresentam uma simulação mostrando a trajetória de gotículas expelidas pela respiração de uma pessoa correndo, andando e pedalando. Segundo esse modelo, as películas expelidas nessas atividades podem ser inaladas por uma pessoa que venha atrás a uma distância de até 20 metros. Essa simulação não leva em consideração as características da Corona Vírus, mas em combinação com o estudo que mostra a permanência do vírus no ar, por até 3 horas, dá para entender que o risco de contaminação é grande nessas atividades.

Já no estudo Finlandês liderado por Ville Vuorinen, publicado pela Aalto University em parceria com o Instituto Metereológico da Finlândia, Centro de Pesquisa Técnica (VTT) e Helsinque University, pesquisadores demonstram em um modelo 3D a capacidade de proliferação dos aerossóis emitidos por uma simples tosse em um local fechado, como o supermercado, por exemplo. Veja abaixo:


Se não seguirmos o exemplo da China e decretarmos o isolamento rígido (lockdown), em breve poderemos viver cenas de horror. Isso só não aconteceu ainda porque no início da crise o isolamento foi adotado voluntariamente em muitos lugares do país e porque o Brasil conta com o Sistema Único de Saúde (SUS) que é público, gratuito e universal, mas não é de capacidade infinita.


O tamanho do problema:

No primeiro relatório da benV 360 sobre a pandemia da COVID-19, apontávamos para a gravidade do problema em um cenário que já calculava 400 mil casos confirmados da doença em todo o mundo em apenas 4 meses. Porém, de lá para cá se passaram 26 dias e os casos confirmados já são 600% maiores, chegando aos 2.480.749 casos confirmados, com 170 mil mortes comprovadamente causadas pela doença. Apenas nos EUA, o novo epicentro da pandemia, já são 790 mil casos e mais de 42 mil mortes.


Subnotificação de casos e óbitos:

No Brasil ainda não temos clareza sobre a gravidade do problema, já que em 20 de março o Brasil havia testado 13 pessoas para cada milhão de habitantes, enquanto os Coreia do Sul, um destaque positivo no combate a Covid-19 testava 6.148 pessoas para cada milhão de habitantes, Austrália 4.473 e Alemanha 2.023 (eterno 7x1). Já em Abril não há dados oficiais sobre testagem no país, o que leva a crer que o índice continua baixo. Pelas nossas estimativas o Brasil testou algo em torno de 170 mil a 250 mil pessoas, algo por volta de 1.000 testes por cada milhão de habitante.




Oficialmente o Brasil já tem mais de 40 mil casos confirmados e mais de 2.700 mortes pela Covid-19, porém a subnotificação de casos que apontamos no primeiro relatório foi confirmada e, segundo o Observatório Covid-19 BR - formado por pesquisadores de universidades brasileiras e estrangeiras - o número e mortos pode ser até 9 vezes (900%) maior.

Nos próximos dias o número deve dar um salto expressivo, já que da primeira morte oficial por COVID até o milésimo caso, foram passados 24 dias, já os mil óbitos seguintes chegando aos 2.000 demorou apenas 7 dias para acontecer. Um tempo 3 vezes menor.


Os leitos de terapia intensiva estão próximos de serem esgotados na rede pública ao passo que a doença começa a se espalhar em favelas com grande densidade populacional como Brasilândia e Paraisópolis em São Paulo e Rocinha no Rio, uma particularidade do Brasil que não foi medida em nenhum lugar do mundo.

Essa é uma combinação explosiva que pode aumentar exponencialmente o número de mortos no Brasil. Até porque, a explosão de casos de problemas respiratórios no país, somado a ausência de testes desses casos, faz com que médicos denunciem forte subnotificação.


Formas de proteção:

Além dos cuidados básicos com a higiene, como lavar sempre as mão, agora novos cuidados são necessários


  • Troque de roupa sempre que voltar da rua. Como sabemos que pelo menos semanal, ou quinzenalmente é necessário sair de casa nem que seja para comprar mantimentos. Sempre que voltar para casa tire aquela roupa e a coloque para lavar. Já é sabido que o vírus pode durar algumas horas e até dias quando instalado em nossas roupas.


  • USE MÁSCARAS. A recomendação continua sendo para não utilizar máscaras cirúrgicas porque essas fazem falta aos profissionais de saúde, porém, com as novas descobertas de transmissão do vírus, é oficialmente recomendado que se utilize máscaras de pano, com no mínimo 2 camadas de tecido. É de extrema importância que se tenha mais de uma, pois a cada 3 horas, é recomendado a troca da máscara.


  • "Não tire esses óculos, use e abuse dos óculos". Mal sabia Roberto Carlos que um dia esse conselho seria ainda mais útil. Se você usa óculos parabéns! Uma das portas de entrada do vírus para o organismo humano é através da mocosa dos olhos. Essa invasão pode acontecer no ato de coçar o olho, ou até pelo contato do olho com aerossóis que contenham o vírus.

  • Fique em casa! A melhor ação para esse momento é ficar em casa. O vírus é altamente contagioso, o mínimo contato, ou a simples proximidade com pessoas infectadas, mesmo que assintomáticas, é suficiente para você se contaminar.


Por enquanto, o melhor é que sua equipe fique em casa e se proteja da contaminação. Se sua empresa precisar de ajuda para adaptar suas atividades ao Home Office, conte com a consultoria em processos e métodos da benV 360.


Sua equipe bem, sua empresa benV.


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