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Série: Saneamento básico - parte 5/5

Drenagem pluvial: O caminho das chuvas

Chuva caindo em um telhado cinza, ondulado com água escorrendo por ele até cair em vários fios d´agua, um por ondulação.
Muita gente não sabe, mas a água da chuva não pode ir para os esgotos. Ela tem seu próprio caminho a seguir nas galerias pluviais das cidades

Nessa série de artigos vimos que o saneamento básico é formado por quatro eixos principais: abastecimento de água potável; limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos; esgotamento sanitário; e drenagem pluvial. Hoje, abordaremos essa última temática.


O termo “pluvial”, do latim “Plúvia” (chuva), se refere às águas que têm como origem as chuvas. Assim, quando colocamos em pauta a “drenagem de águas pluviais” estamos falando das águas provenientes das chuvas, que geram escoamentos e, por isso, faz-se necessária uma drenagem adequada, o que, quando feita com as devidas considerações técnicas, evita uma série de problemas.


Ao trabalhar o eixo de drenagem pluvial, alguns tópicos são fundamentais para que as atividades ocorram de forma condizente e gerem, de fato, resultados. Alguns desses pontos são, por exemplo, o estudo da dinâmica de ocupação urbana e rural; o estudo da legislação vigente; e também de características hidrológicas. Visto que, em geral, ambientes sem a intervenção humana conseguem se equilibrar em todo o ciclo referente à água, como a drenagem, abastecimento de mananciais e recargas de águas subterrâneas.

Quando um município é avaliado em relação ao seu sistema de drenagem, espera-se que existam unidades de infraestrutura capazes de proporcionar a coleta, transporte e lançamento das águas pluviais. Dentre esses elementos, mencionam-se as sarjetas, bocas de lobo, poços de visitas, galerias e dissipadores de energia.


Todo esse processo começa nas nossas casas. Como disse no artigo anterior, as residências devem ter ligações de drenagem diferentes em casa: uma para o esgotamento sanitário e outra para águas pluviais. Caso uma pessoa ligue a rede de esgoto na de água da chuva, há poluição e redução da qualidade da água, além de que o tratamento do efluente não será feito. Se ocorrer a ligação da água pluvial na rede de esgoto, há um acréscimo considerável de volume aos efluentes, o que, por sua vez, reflete em prejuízos nas estações de tratamento e encarecimento do processo, além de alagamentos / transbordo de esgoto e proliferação de pragas e mau cheiro.

Uma imagem que mostra a disposição dos canos de água da chuva, água de esgoto e água potável. A imagem mostra canos que ligam a boca de lobo a um grande encanamento cinza que é uma galeria de águas pluviais. Mostra também que dos dois lados da rua, passam um cano um pouco mais fino, para coletar e transportar o esgoto, e mais perto da superfície, um cano mais fino e azul, o encanamento que transporta água potável até nossas casas.
Ilustração de um sistema de drenagem comumente presente nas vias urbanas.

Vale ressaltar que nós, cidadãos, temos um papel fundamental para que a drenagem pluvial ocorra de forma satisfatória. Além das ligações corretas, como disse acima, a consciência e educação ambiental são fundamentais. Nesse sentido, não jogar lixo nas vias públicas e manter a calçada da casa limpa, impactam diretamente para a diminuição dos casos de entupimentos de bocas de lobos, por exemplo.

Além do básico que está descrito acima, cujo todos os cidadãos têm condições de colaborar, ainda há possibilidades mais efetivas de contribuir com o escoamento das águas pluviais e ajudar a rede coletora do município. Uma dessas possibilidades é a instalação de centros de tratamento de águas pluviais, que pode captar por exemplo, toda a água da chuva que atingir um determinado imóvel e/ou terreno, tratá-la e utilizá-la no dia-a-dia da empresa ou da residência que a possui. Que tal, reduzir o consumo de água, economizar dinheiro e ainda ajudar o município?!


Lembre-se: o saneamento básico é feito para nós, mas também por nós!

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